sábado, 19 de setembro de 2015

Como cuidar de um Bonsai

Como cuidar de um Bonsai
Local adequado
ü      Assim, você precisa escolher um local onde o sol incide diretamente no bonsai, de preferência o sol da manhã ou final da tarde, com no mínimo de duas a três horas de exposição.
ü      Procure evitar o sol do meio dia quando a intensidade dos raios é bem maior.
ü      Evite locais fechados com ar-condicionado.
ü      Já os bonsai de espécies como juníperos e pinheiros devem receber no mínimo 5 horas de sol por dia e NÃO podem ser cultivados em ambientes internos.
Rega
ü      A falta da água é a principal causa da perda do bonsai, em alguns casos o excesso também pode levar ao apodrecimento das raízes e consequentemente a perda da planta.
ü      O certo é verificar diariamente o grau de umidade do solo, colocando o dedo sobre a terra para sentir a umidade.
ü      A rega deve ser feita molhando a planta simulando uma chuva sobre ela. A água vai passar pelas folhas e galhos chegando ao substrato. Devemos regar até que a água escorra pelos furos de drenagem do vaso.
ü      Borrife a copa do bonsai para gerar umidade nas folhas, auxiliando na limpeza da planta.
ü      Caso o bonsai fique sem água por um período grande, a terra do vaso vai endurecer. Para reparar isto, molhe a planta por imersão colocando o vaso dentro de uma bacia grande com água até que toda a terra fique submersa. Aguarde 15 minutos. Depois deixe escorrer e volte a regar normalmente.
ü      Atenção que quando o tempo estiver seco, quente ou ventoso, a evaporação é muito mais rápida.
Adubação
ü      Como toda planta, o bonsai também necessita de adubação para repor os nutrientes, principalmente por conta da quantidade reduzida de substrato.
ü      A adubação deve ser feita utilizando somente adubos recomendados para bonsai e nas dosagens indicadas pelo fabricante.
ü      De forma geral, faça a adubação da primavera até o final do outono. Não adube o bonsai nas regiões com inverno de baixas temperaturas, nesta período as plantas estão em dormência.
ü      Cuidado: O excesso de adubo é extremamente prejudicial e pode levar a perda do bonsai.
ü      Plantas debilitadas não devem ser adubadas. Plantas recém-transplantadas devem aguardar 30 dias para que receba adubo.
Poda de galhos
ü      Seu bonsai vai brotar e crescer e muitos galhos vão alongar fazendo seu bonsai perder um pouco a forma de árvore.
ü      Neste momento será necessário fazer podas para que sua planta mantenha o formato original e sua harmonia.
ü      Faça a poda dos galhos que crescem fora do formato original da copa, utilizando uma tesoura afiada. Esta poda pode ser efetuada em qualquer época do ano.
Poda de raiz
ü      Com o passar do tempo, as raízes do bonsai vão acabar por "tomar" o substrato em função da dimensões reduzidas do vaso.
ü      Para que o bonsai continui vigoroso, é preciso fazer uma poda de parte das raízes e troca do substrato.
ü      Conforme a espécie, é recomendado fazer a poda a cada dois anos. Plantas jovens podem ser transplantadas a cada ano e as mais velhas velhas em maior tempo.


FONTE DE INFORMAÇÃO NO LINK:


quarta-feira, 9 de setembro de 2015

O ABECEDÁRIO DE GILLES DELEUZE



O   ABECEDÁRIO   DE    GILLES    DELEUZE


 O Abecedário de Gilles Deleuze é uma série de entrevistas, feita por Claire Parnet, foi filmada nos anos 1988-1989.

Como diz Deleuze, em sua primeira intervenção, o acordo era de que o filme só seria apresentado após sua morte.

O filme acabou sendo apresentado, entretanto, com o assentimento de Deleuze, entre novembro de 1994 e maio de 1995, no canal (franco-alemão) de TV Arte.

Deleuze morreu em 4 de novembro de 1995.

A primeira intervenção de Claire Parnet foi feita na ocasião da apresentação (1994-1995), enquanto a primeira intervenção de Deleuze é da época da filmagem (1988-1989).
 


Abecedário Deleuze - Letra G (Gauche – Esquerda)


Abecedário Deleuze - P de Professor (Parte 1)


Abecedário Deleuze - Letra A (Animal)


Abecedário Deleuze - Letra B (Beber)


Abecedário Deleuze - Letra C (Cultura)


Abecedário Deleuze - Letra D  (Desejo)



Claire Parnet: Então, vou perguntar de outra forma. Entre seu civismo de homem de esquerda e seu devir-revolucionário, como você faz? O que é ser de esquerda para você?


Gilles Deleuze: Vou lhe dizer. Acho que não existe governo de esquerda. Não se espantem com isso. O governo francês, que deveria ser de esquerda, não é um governo de esquerda.

Não é que não existam diferenças nos governos. O que pode existir é um governo favorável a algumas exigências da esquerda. Mas não existe governo de esquerda, pois a esquerda não tem nada a ver com governo. Se me pedissem para definir o que é ser de esquerda ou definir a esquerda, eu o faria de duas formas.

Primeiro, é uma questão de percepção. A questão de percepção é a seguinte: o que é não ser de esquerda?

Não ser de esquerda é como um endereço postal.

Parte-se primeiro de si próprio, depois vem a rua em que se está, depois a cidade, o país, os outros países e, assim, cada vez mais longe. Começa-se por si mesmo e, na medida em que se é privilegiado, em que se vive em um país rico, costuma-se pensar em como fazer para que esta situação perdure. Sabe-se que há perigos, que isso não vai durar e que é muita loucura.

Como fazer para que isso dure? As pessoas pensam: "Os chineses estão longe, mas como fazer para que a Europa dure ainda mais?" E ser de esquerda é o contrário. É perceber... Dizem que os japoneses percebem assim. Não vêem como nós. Percebem de outra forma. Primeiro, eles percebem o contorno. Começam pelo mundo, depois, o continente... europeu, por exemplo... depois a França, até chegarmos à Rue de Bizerte e a mim. É um fenômeno de percepção. Primeiro, percebe-se o horizonte.


Claire Parnet: Mas os japoneses não são um povo de esquerda...

Gilles Deleuze: Mas isso não importa. Estão à esquerda em seu endereço postal. Estão à esquerda. Primeiro, vê-se o horizonte e sabe-se que não pode durar, não é possível que milhares de pessoas morram de fome. Isso não pode mais durar.

Não é possível esta injustiça absoluta. Não em nome da moral, mas em nome da própria percepção. Ser de esquerda é começar pela ponta. Começar pela ponta e considerar que estes problemas devem ser resolvidos.

Não é simplesmente achar que a natalidade deve ser reduzida, pois é uma maneira de preservar os privilégios europeus.

Deve-se encontrar os arranjos, os agenciamentos mundiais que farão com que o Terceiro Mundo... Ser de esquerda é saber que os problemas do Terceiro Mundo estão mais próximos de nós do que os de nosso bairro. É de fato uma questão de percepção. Não tem nada a ver com a boa alma. Para mim, ser de esquerda é isso. E, segundo, ser de esquerda é ser, ou melhor, é devir-minoria, pois é sempre uma questão de devir.

Não parar de devir-minoritário. A esquerda nunca é maioria enquanto esquerda por uma razão muito simples: a maioria é algo que supõe - até quando se vota, não se trata apenas da maior quantidade que vota em favor de determinada coisa - a existência de um padrão. No Ocidente, o padrão de qualquer maioria é: homem, adulto, macho, cidadão. Ezra Pound e Joyce disseram coisas assim. O padrão é esse. Portanto, irá obter a maioria aquele que, em determinado momento, realizar este padrão. Ou seja, a imagem sensata do homem adulto, macho, cidadão. Mas posso dizer que a maioria nunca é ninguém. É um padrão vazio.

Só que muitas pessoas se reconhecem neste padrão vazio. Mas, em si, o padrão é vazio. O homem macho, etc. As mulheres vão contar e intervir nesta maioria ou em minorias secundárias a partir de seu grupo relacionado a este padrão. Mas, ao lado disso, o que há? Há todos os devires que são minoria. As mulheres não adquiriram o ser mulher por natureza.

Elas têm um devir-mulher. Se elas têm um devir mulher, os homens também o têm. Falamos do devir-animal. As crianças também têm um devir-criança. Não são crianças por natureza. Todos os devires são minoritários.


Claire Parnet: Só os homens não têm devir homem.

Gilles Deleuze: Não, pois é um padrão majoritário. É vazio. O homem macho, adulto não tem devir. Pode devir mulher e vira minoria. A esquerda é o conjunto dos processos de devir minoritário. Eu afirmo: a maioria é ninguém e a minoria é todo mundo. Ser de esquerda é isso: saber que a minoria é todo mundo e que é aí que acontece o fenômeno do devir. É por isso que todos os pensadores tiveram dúvidas em relação à democracia, dúvidas sobre o que chamamos de eleições. Mas são coisas bem conhecidas.