sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Prova com jogo irônico Professor usa a vitória do Atlético sobre o Cruzeiro em exame na disciplina de direito

Prova com jogo irônico Professor usa a vitória do Atlético sobre o Cruzeiro em exame na disciplina de direito

Landercy Hemerson (jornal Estado de Minas 05/12/2014)

Uma avaliação final do curso de Gestão de Segurança Privada, da disciplina Fundamentos de Direito, de uma universidade de Belo Horizonte, virou polêmica nas redes sociais. Não pelo vazamento das questões, grau de dificuldade nem por fugir do conteúdo da disciplina.

Ao formular as questões, o professor Rafael Maia, atleticano declarado, se inspirou nos jogadores do Cruzeiro e no próprio clube em provocações aos torcedores do time celeste, que na semana passada perdeu o título da Copa Brasil para o arquirrival no Mineirão. O teste foi realizado na segunda-feira e o professor o divulgou em parte na rede social.

 “Meus alunos cruzeirenses me provocaram o semestre todo. A resposta veio na prova final”, reagiu Maia ao publicar imagem da folha de rosto do teste.

A Uni-BH, com quatro unidades na capital mineira, informou em nota que “está avaliando o caso”. “As questões refletiam as discussões humoradas tratadas entre professor e alunos, fato que gerou grande repercussão”, diz o comunicado. A instituição acrescentou que o docente lamentou o transtorno e garantiu que o assunto foi esclarecido entre ele e seus estudantes.

O conselheiro federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Mário Quintão considerou o exame pouco educativo. “O professor foi infeliz. Tentou brincar, elaborando questões de duplo sentido”, criticou. “Sua atitude merece sanções pedagógicas, pois fere princípios éticos de convivência acadêmica”.

Em sua página no Twitter, Maia minimizou a polêmica. “Em 2005, o exame da OAB/MG tinha uma questão com o texto ‘Prefeito Municipal de Galo Caído’. Não me lembro do chorume”, alfinetou. Ele afirmou que, em seu caso, houve reações iradas: “Além da faculdade, tentaram me intimidar em outros lugares.

Ligaram e fizeram pressão. Minha chefe e a chefe dela não viram nada demais. Elogiaram o senso de humor. Entenderam que não houve ofensas”.

DEFESA 

Maia sustentou, nas redes sociais, que seus alunos cruzeirenses foram aos coordenadores para defendê-lo. Em suas postagens, se desculpou com o atacante cruzeirense Dagoberto, agredido na partida pelo volante atleticano Leandro Donizete, que serviu de personagem numa das questões: “Só preciso pedir desculpas ao Dagoberto. Na vida real, ele não contrabandeava cosméticos. Foi vítima na história”.