sábado, 16 de março de 2019

06 - SERTÃO PROIBIDO


06 - SERTÃO PROIBIDO


Em 1959, o Padre Oscar cumpre o prometido e constrói a nova igreja, orgulho de todos nós e não existe guidovalense ausente que não saiba a inscrição em latim escrita em sua fachada: “Quam Dilecta Tabernacula Tua Domine Virtutum”. O diligente prefeito Otaciano da Costa Barros constrói o primeiro reservatório de água e distribui o precioso líquido por toda cidade, melhoramento que deu mais dignidade e saúde aos guidovalenses.

No final dos anos 50 um forte temporal seguido de uma descomunal enchente destruiu inteiramente o Circo do Bartolo. A solidariedade, a magnitude de nosso povo ajudou a erguer novamente o circo. São estas virtudes dos guidovalenses que cativam os visitantes que aqui aparecem e nunca mais deixam de voltar, isto quando não decidem morar de vez.

O jornal “A VOZ DE GUIDOVAL” de 11/06/1961 publica um artigo escrito pela Profª. Carmem Cattete Reis Dornelas enaltecendo o Prof. Ernani Rodrigues e conclamando os ex-alunos do “Ginásio Guido Marlière” a retribuírem, de alguma forma, ao município os ensinamentos recebidos. Era a D. Carmem inventando os “Amigos da Escola” bem antes da Rede Globo. Esse abnegado periódico foi o idealizador do “Dia do Guidovalense”, esta festa de confraternização. Estabeleceu ainda o compromisso moral de que todo prefeito deveria inaugurar pelo menos uma obra durante os festejos de SANTANA.

Em 25/10/1961 uma laje, em construção, cai em cima do pedreiro Calixto Braz de Oliveira, matando-o. Foi na mocidade um grande artilheiro do Sapeense. É o responsável por uma geração de bons jogadores de futebol: os filhos Lilico, Helinho, Vitor, Calixto e Braz; o neto Agnaldo e o bisneto Carlos Roberto.

Uma multidão escuta nos rádios da Barbearia do Elzo de Barros e no Consultório Dentário do Dr. Jair a vitória apertada do Brasil sobre a Espanha por 2X1 no dia 06/06/1962. A seleção dá um passo decisivo para ser bicampeã mundial. A Rua Conde da Conceição, hoje João Januzzi, é cortada ao meio por um canal para abrigar rede de água, esgoto e o primeiro calçamento de paralelepípedo da cidade, obra do inspirado prefeito Eduardo Nicodemo Occhi, também responsável pela primeira praça urbanizada (Major Albino), a 1ª Biblioteca Pública, a instituição do Hino de Guidoval composto por Plínio Augusto Meirelles e Áureo Antunes Vieira, a conclusão do Grupo Escolar Cel. Joaquim Martins e principalmente por implantar no nosso calendário festivo o profícuo “Dia do Guidovalense”.

No LARGO, Praça Santo Antônio, armava-se circos, parques de diversão e touradas como a do Mário Silva que consagrou os toureiros Testa-de-Ferro e Moreninho, mas principalmente o “Escovado” um pacato boi carreiro do João Vitório que punha qualquer um para correr até mesmo os nossos toureadores caseiros como o Miguel da D. Neném, o Chico Dercílio, o Raimundo do Sô Tão e o Custódio da Dorce do Ivair que morreu vitimado por uma fratura na coluna no exercício da sua arriscada profissão. Outro boi pegador foi o Inhapim, segundo me disse o amigo Renatinho do jornal
Saca-Rolha.

Morreu, aos 89 anos, Maria Gregória Alves em 29/01/1964 que diziam ser descendente de Tiradentes, o mártir da Independência. Era avó do Mundico filho do Tianin (Cristiano Alves) proprietário da primeira jardineira que depois pertenceu ao grande comerciante português Elísio Avidago que um dia mandou o seu motorista Geraldo Carias retornar com o veículo para buscar apenas o Sr. Marcílio Vieira que ficara esquecido, uma vez que ele não estava à beira da estrada esperando a condução, pois refugiara-se da chuva na Fazenda do Dico Peixoto.

Em 23/07/1965 a imagem de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, visita o nosso município, sendo recebida com fé e devoção pelos católicos. Neste mesmo ano, no Baile da Saudade da Festa de Santana a Jazz Sapeense faz a sua última apresentação oficial depois de mais de 50 anos alegrando guidovalenses.

Muitos músicos brilharam neste conjunto musical. Podemos citar Zé Mineiro, Piloto (pai do Tilúcio, o maior carnavalesco de toda nossa história) e Sô Nilo que tinha uma barbearia no Fundão e quase toda noite promovia um show musical ao ar livre, interrompendo a rua, dando vez e voz ao Jeová, Sô Lau, Josias do Pombal, Zé do Fio (Barão), José Occhi (Bijica), Bebeto Ramos, Landinho Estulano e Zé do Gil.

Falando de música não há como deixar de recordar da Banda Lira Sapeense, Corporação Musical Belarmino Campos, Banda Francisco Batista e seus talentosos maestros como o Moysés Mineiro, José Cordeiro, Belarmino e Álbero Campos, Zé Negueta (José Alves de Freitas), Sô Tute (Oswaldo José de Barros), Luiz Pinheiro, Zé Balbino e também os fantásticos instrumentistas como Odilon Reis, João Queiroz (do Pinho), Zé Afra, Zé Boiota, Zé Manga Rosa, Zé Vieira (flautista), toda família do Juca Alfaiate (José da Costa Azevedo) e o bombardino do Zico Sapateiro (José Ferreira Cezar).

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