quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Fernando Henrique Cardoso

Fernando Henrique Cardoso

18/06/1931 - Rio de Janeiro, RJ
Presidente do Brasil - de 1/1/1995 a 1/1/1999 e de 1/1/1999 a 1/1/2003
Fonte: http://educacao.uol.com.br/biografias/fernando-henrique-cardoso.jhtm
Da Página 3 Pedagogia & Comunicação
Folha Imagem
Fernando Henrique Cardoso nasceu no Rio de Janeiro, numa família de militares de grande tradição nacionalista. Mudou-se para São Paulo aos 8 anos, onde se formou em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (USP), completando seus estudos de pós-graduação na Universidade de Paris.

Após o golpe militar de 1964, exilou-se no Chile e, a seguir, na França. Voltou ao Brasil em 1968 e tornou-se professor de ciências políticas na USP. Meses depois, foi aposentado compulsoriamente pelo AI-5 (Ato Institucional nº 5). Fundou, então, com outros pesquisadores cassados, o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP), que se tornaria um núcleo de pesquisa e reflexão sobre a realidade brasileira.

Ainda que silenciado pela ditadura militar, Fernando Henrique continuou pesquisando, fazendo palestras e escrevendo artigos na imprensa, sempre como crítico do regime militar e defensor de uma transição pacífica para a democracia.


Vida política

Em 1978, foi eleito suplente de Franco Montoro para o Senado pelo MDB (Movimento Democrático Brasileiro). Em 1983, assumiu a cadeira no Senado quando Montoro foi eleito governador de São Paulo. Em 1985, foi candidato a prefeito de São Paulo e perdeu por 1,3% dos votos para o ex-presidente Jânio Quadros. No ano seguinte, reelegeu-se para o Senado com 6 milhões de votos, a segunda maior votação no estado. Dois anos depois, funda, com outros líderes políticos, o PSDB (Partido Social Democrático Brasileiro).

Em 1992, é nomeado ministro das Relações Exteriores do governo Itamar Franco e, no ano seguinte, assume a pasta da Fazenda, quando consegue mobilizar parlamentares e a opinião pública em torno de um plano de estabilização econômica que incluía medidas de controle do déficit público e uma reforma monetária - o chamado Plano Real.

Afastado do ministério para disputar as eleições presidenciais de 1994, venceu o pleito no primeiro turno, com 54,3% dos votos. Seu governo foi marcado pela quebra dos monopólios estatais nas áreas de comunicação e petróleo, bem como pela eliminação de restrições ao capital estrangeiro. Essa ampla política de privatização de empresas estatais renovou o país nas áreas de telefonia e de extração e comercialização de minérios.

Graças ao modelo de crescimento econômico e à estabilização da inflação, realidades raramente experimentadas no país, Fernando Henrique Cardoso se reelegeu presidente da República em 1998, também no primeiro turno, com 53,06% dos votos.

Apesar das várias crises externas que impactaram a economia brasileira durante os quatro anos de seu segundo governo, graças à continuidade do Plano Real a inflação se manteve baixa, na casa de um dígito percentual anual, e assim continuou pelos anos seguintes.

Seus dois governos foram marcados pela implementação de várias políticas sociais de transferência de renda para as populações mais pobres, como os programas bolsa-escola, vale-gás e bolsa-alimentação. Avanços importantes também foram conseguidos nas áreas da educação, da saúde (com a distribuição gratuita de medicamentos contra a AIDS e a criação dos remédios genéricos, vendidos a preços baixíssimos) e na questão agrária (com a implementação de um sólido programa de reforma agrária).

A manutenção do Plano Real, das metas de ajustes fiscais e do controle dos gastos governamentais, contudo, não conseguiu dar conta de suprir lacunas deixadas pelas administrações anteriores. No setor elétrico, por exemplo, os baixos investimentos e a ocorrência de longa estiagem levaram ao colapso das centrais hidrelétricas, ameaçando o país com o chamado "apagão". O racionamento de energia elétrica foi imposto e a economia brasileira sofreu um período de leve estagnação.

Com a vitória das oposições no pleito seguinte, Fernando Henrique Cardoso organizou a transição de modo a facilitar o acesso antecipado da nova administração às informações que fossem relevantes ao exercício do governo, fato até então inédito na história do país.


Vida acadêmica

Além da Universidade de São Paulo, da qual é professor emérito, Fernando Henrique ensinou nas Universidades de Santiago (Chile), de Stanford e Berkeley (EUA), de Cambridge (Inglaterra) e na École des Hautes Études en Sciences Sociales, na França, onde também ministrou aulas no famoso Collège de France.

Autor de inúmeros livros, Fernando Henrique recebeu o título de Doutor Honoris Causa de mais de 20 universidades e é membro honorário da American Academy of Arts and Sciences. Em 2005, foi eleito um dos cem maiores intelectuais públicos do mundo, em levantamento das revistas Prospect e Foreign Policy.

Nenhum comentário:

Postar um comentário