sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Rodovia "Guido Marlière"

Cleber e amigos

Permitam-me um comentário adicional com relação a futura Rodovia “Guido Marlière” (Serra de São Geraldo – Guidoval – Dona Euzébia), um sonho perfeitamente realizável, basta um pouco de visão e vontade política da parte dos nossos representantes em Belo Horizonte e Brasília.

Pelo visto, a minha opinião apenas coincidiu com a bandeira, já há algum tempo levantada pelo confrade Cléber Lima da Silva, nas trincheiras do atuante e combativo jornal “Voz de Rio Branco”. Perfeitas as suas colocações e brilhante o detalhamento técnico, apresentado por quem conhece de fato a estrada e os benefícios que seu asfaltamento trariam, não apenas para Guidoval, mas para toda a região.

Creio não ser preciso nenhuma “bola de cristal” para se antever os resultados promissores consequentes deste asfaltamento. O melhoramento atrairia a vinda de indústrias, com estas mais oportunidade de emprego, mais dinheiro em circulação, com reflexos no comércio e obviamente mais arrecadação para os cofres municipais, consequentemente mais recursos para serem aplicados em outras obras.

Quanto ao nome, seria a melhor homenagem que se poderia prestar ao grande Guido Marlière, figura de extraordinária importância na história da Zona da Mata Mineira, na primeira metade do século XIX. E considerando que a estrada passa pelo “Monumento do Guido”, onde repousam seus restos mortais, a cidade de Guidoval teria muito mais condições de incentivar o turismo histórico.

Aproveito o ensejo para agradecer as palavras generosas e o toque sempre poético do confrade Felipe Uebhe. Que o Deus Verdadeiro e os demais "deuses", aqueles citados pelo poeta coimbrense, voltem e iluminem as mentes dos nossos políticos e administradores e que esse asfaltamento aconteça sem demora, com as bênçãos de Sant’Anna, São Geraldo, São João Batista, São Januário e Santa Rita (do Meia-Pataca).

Rodovia “Guido Marlière” – muito mais que uma simples estrada, uma rodovia de integração regional. Guidoval merece e a região agradece!!!

Saudações Acadêmicas! 
Clair Rodrigues


“Não tenho escravos, cultivo uma Fazenda em Guidowald, em que os índios me fazem grandes plantações anuais, pago-lhes o seu salário e comemos juntos.” - Guido Thomaz Marlière

(Jarnage – França – 03/Dezembro/1767)

“Retirando-se para sua Fazenda de Guidowald, no atual município de Guidoval, antigo Sapé de Ubá, Marlière faleceu a 5 de junho de 1836, ante a consternação geral e lágrimas dos selvagens.” 

"Guido Thomaz Marlière foi, máxime na história de Minas, um vulto de alto gabarito, uma personalidade à parte, o civilizador de índios e plantador de cidades."
(Em “O Segredo revelado de Guido Marlière” – Ary Gonçalves)

Com cópia para os amigos:
Marum, Estevam, Felipe Uehbe, Léa das Graças, Aparecida Simões, Jorge Cioti, Antônio José Barbosa, Gerson Occhi, Vadinho Baião, Evandro Albuquerque, Elazir Carrara e Ildefonso Vieira.

Amigos, 
Clair me lembrou uma  emoção que senti quando adolescente. 
Era criança de uns cinco anos quando construía-se o trecho da MG-120, que liga Coimbra a São Geraldo. 
Não me lembro de quando começou, apenas de sua paralisação que perdurou por algumas décadas. Tenho a impressão que a empreiteira faliu porque seus equipamentos ficaram estacionados, por alguns anos, no adro da Matriz de São Sebastião. Eram pequenos caminhões basculantes e uma escavadeira. Ressalte-se que ali permanecendo sem cercas de proteção ou vigilância, não foram depredados. Nada foi subtraído. 
Li que, há muitos anos um, monomotor realizou um pouso forçado sobre uma ilhota do Pacífico, causando enorme admiração dos habitantes que desconheciam a existência de aviões, etc. Julgando visita de deuses, até hoje aguardam reverentemente seu retorno. 
Grosso modo, pode ser que a população coimbrense reverenciasse aquelas máquinas e as protegessem como ícones sagrados. Ademais, estavam à sombra da igreja, sob autorização do padre e, por conseguinte, "sacralizados". 
Coimbra aguardou durante décadas o retorno dos "deuses" que ali pousaram suas máquinas progressistas. A estrada encurtaria as distâncias penosas para São Geraldo que era acessado por Monte Celeste através de longo e precário caminho. O trem era moroso em seu serpentear pela serra e a modernidade já elegera o automóvel como solução para suprir o imediatismo nascente. 
Sem avisar, certo dia os "deuses" retornaram, porém para retirar os caminhõeszinhos e aquela dentuça escavadeira. Acompanhamos cabisbaixos aquele triste cortejo. 
O trecho inacabado passou ser chamado de "Rio-Bahia", denominando um bairro coimbrense na saída para São Geraldo. 
Quando adolescente, num assombro de coragem, pedalava minha bicicleta por aqueles trechos que se afunilavam como rabo de cobra, transformados em piquetes. Coragem porque era um mundo desconhecido que se descortinava para uma imaginação muito fértil, aguçada por casos de assombração. 
O ponto em que a obra parou abruptamente, permitia um vista deslumbrante do rendilhado da Serra de São Geraldo. Parecia um belvedere e ali meus olhos juvenis espiavam do alto pequena estrada amarelada, de chão, que passava lá embaixo. Não sabia de onde vinha, seu destino e quando iríamos estabelecer contato. Sentia um assombro, julgando  ser algo tão distante e ameaçador por conta do desconhecido. 
Quando o Cléber falou naquela confluência para Ribeirão Vermelho, afloraram estas lembranças e impressões como um caleidoscópio mágico. Senti saudade daqueles medos, extasiamentos e emoções que tiravam o fôlego daquele  adolescente curioso e sonhador. 
A abordagem do Cléber foi primorosa e marcada por conhecimentos técnicos  de quem viveu e vivencia a saga destas estradas que guardam muitas histórias e belezas recônditas.  Os caminhos do Guido, com muita justeza sugerido por nosso historiador para nomeá-los. 
Emociona-me a afinidade que nos une (Clair, Cléber e eu) por termos em comum a mesma curiosidade aguçada e deslumbramento pelos caminhos e serras azuladas que se estendem e se perdem no belvedere de nossas retinas. 
Obrigado ao Clair e Cléber pelas ricas informações e  me devolverem tantas lembranças. 
Grande abraço.
Felipe

Prezado Clair, 
O jornal "Voz de Rio Branco", não se cansa e nem se cansará jamais de lutar pelo asfaltamento da BR-120, apelidada de Rio-Bahia porque dá acesso à esta em Leopoldina. 
Do pé da Serra de São Geraldo, no lugar denominado Ribeirão Vermelho, ela desce pela Sementeira, fazenda experimental da UFV em VRB (cruzamento com MG 447 p/ Guiricema,sendo que de Guiricema para Mirai/Muriaé, quando fui deputado consegui abertura e asfaltamento ); 
Na Sementeira ou Clemente de Cima, o referido jornal, na passagem de ano (2011/2012), denunciou a queda de uma ponte sobre o rio Clemente e mobilizou moradores, professores e pais de aluno da escola e conseguiu a construção da ponte (tenho tudo documentado);  
A estrada segue pelo Clemente de Baixo ou Barra de Guiricema, lugar que tive o privilégio de conseguir uma ponte sobre o rio Bagres, quase na confluência com o Xopotó, nos limites de VRB, Guiricema e Guidoval; 
As obras de artes desta rodovia que faltavam (Clemente de Cima e Clemente de Baixo/Barra de Guiricema), estão prontas!!! 
Deste ponto em diante a BR-120,passa por Guidoval, no bairro denominado Vila Trajano e segue margeando o Xopotó, já mais caudaloso que recebe o ribeirão Ubá. Este trecho do rio tem belas corredeiras e ilhotas: uma paisagem maravilhosa, pois há muito ubá nas margens e mata nativa nos arredores. O lugar é denominado de Serra da Onça (montanha de onde se vê de minha casa). Ultrapassando a serra, pela baixada que margeia o Xopotó, chega-se ao município de D. Eusébia. O Xopotó que é o marco de limite natural entre D. Eusébia e Astolfo Dutra, tem uma maravilhosa ponte metálica que deveria ser tombada (é uma réplica em miniatura da famosa ponte de Cataguases). Neste ponto o Xopotó deságua no Pomba e a "BR-120 Pobre", vai ao encontro de outro trecho de sua prima rica, a BR-120, que segue pelos municípios de Cataguases e Itamarati e Leopoldina, encontrando-se com a BR-116 (Rio-Bahia). 
Conheço esta estrada como a palma da mão. Na verdade é o meu grande sonho. Estou conversando com amigos meus, os moradores das margens do pé da Serra de São Geraldo até o Pombal, em Guidoval para mobilizar os demais para uma reunião de reivindicação.Na oportunidade deverá comparecer deputado da base da Dilma (a estrada é federal). 
Bem, Clair, sobre esta estrada tenho muito o que dizer e não gostaria de no momento me estender em razão de estar na hora de me preparar para sair para o trabalho. 
Mas não posso deixar de dizer duas coisas de suma importância: 
1ª) Deve-se dar a esta Rodovia o nome de "Guido Marlière";
.2ª) Faço um convite a você e aos demais companheiros para um passeio pelo trecho citado. 
Parabéns, Clair. por trazer este assunto. Conte comigo!
Até a vitória, sempre!
abraços,
Cléber. 


Serra de Geraldo  -  Guidoval  -  Dona Euzébia 
Caros Confrades e Amigos 
Nas habituais visitas que faço ao meu "cirurgião capilar" (cabeleireiro) de nome Mário, natural de São Geraldo – outro fanático por ferrovia – os assuntos de nossas intermináveis conversas quase sempre giram em torno do trem-de-ferro, da importante oficina junto a estação e claro, a sua paixão, comum a nós outros, a majestosa Serra de São Geraldo. 
Mas o meu amigo são-geraldense, por diversas vezes me falou de uma estrada vicinal, que, partindo da Serra de São Geraldo vai ter a Guidoval, chegando ao município de Dona Euzébia. Que se um dia fosse asfaltada, seria importante para Guidoval, mas também para diversas cidades da região, uma vez que facilitaria o acesso de quem vem de Cataguases para Visconde do Rio Branco, Guiricema, São Geraldo, Coimbra, Viçosa, etc., o mesmo acontecendo no sentido inverso. 
Há cerca de um ano e pouco, passando pela serra a caminho de Viçosa na companhia de um primo, quando estávamos nos aproximando daquele trecho que está sempre em obras, me disse ele, apontando para a direita: "se você entrar por esta estrada vai direto a Guidoval". 
Muito bem. No último domingo (13/10), conversando com um colega de rádio, guidovalense, falamos a respeito da tal estrada e dos benefícios consequentes de sua pavimentação, alargamento, melhoria no traçado, etc. Todo mundo ganharia. E me corrijam se estiver enganado, até Ubá, porque para se fazer o mesmo trajeto por estrada asfaltada, creio que tem que se passar por Ubá. Seria um percurso bem mais econômico. 
Chegando em casa, cismei de fazer o tal trajeto utilizando o Google Maps.  
(acompanhem pelas fotos) 
- A estrada iniciando-se ao pé da serra; 
- cruzando a rodovia MG-447 (Visconde do Rio Branco – Guiricema);  
- aproximando-se de Guidoval, vendo-se o rio Xopotó; 
- a chegada em Guidoval, passando pela cidade (uma rua atrás do campo de futebol do Cruzeiro); 
- saindo de Guidoval e chegando a Dona Euzébia;  
- passando pelo "Monumento do Guido"
- Dona Euzébia e o rio Pomba. 
Mesmo do jeito que está, não deve estar muito ruim, porque é claramente visível e fácil de se acompanhar pelas imagens (Google Maps). 
Meus amigos, não era hora de quem de direito tomar providências para o asfaltamento desta estrada?  
Do pé da serra de Geraldo a Dona Euzébia, passando pela hospitaleira e sempre esquecida pelos políticos, cidade de Guidoval, antigo distrito ubaense de "Sant'Anna do Sapé". Guidoval, que recentemente ficou ilhada por conta do sinistro trazido pelas águas do Xopotó, com a derrubada da ponte de acesso ao centro da cidade e saída para Ubá. 
Penso que Guidoval e região ganhariam muito com este grande melhoramento. Gostaria muito de saber o que os meus caros confrades e amigos pensam a respeito. São bem vindos os sempre abalizados comentários de quem conhece a região muito melhor do que este sonhador, da mesma forma que as eventuais correções e adicionamentos. 

Saudações Acadêmicas 
Clair Rodrigues























Um comentário:

  1. Confrade Clair de Melo Rodrigues revelando-se, no mínimo, um historiador. Justifica-se, vê-se, o nosso orgulho de tê-lo nos Quadros de Membros da Academia Ubaense de Letras. Parabéns, professor, por essa e todas as outras lições!!

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