Cleber e
amigos
Permitam-me um
comentário adicional com relação a futura Rodovia “Guido Marlière” (Serra de São
Geraldo – Guidoval – Dona Euzébia), um sonho perfeitamente realizável, basta um
pouco de visão e vontade política da parte dos nossos representantes em Belo
Horizonte e Brasília.
Pelo visto, a minha
opinião apenas coincidiu com a bandeira, já há algum tempo levantada pelo
confrade Cléber Lima da Silva, nas trincheiras do atuante e combativo jornal
“Voz de Rio Branco”. Perfeitas as suas colocações e brilhante o detalhamento
técnico, apresentado por quem conhece de fato a estrada e os benefícios que seu
asfaltamento trariam, não apenas para Guidoval, mas para toda a região.
Creio não ser preciso
nenhuma “bola de cristal” para se antever os resultados promissores consequentes
deste asfaltamento. O melhoramento atrairia a vinda de indústrias, com estas
mais oportunidade de emprego, mais dinheiro em circulação, com reflexos no
comércio e obviamente mais arrecadação para os cofres municipais,
consequentemente mais recursos para serem aplicados em outras obras.
Quanto ao nome, seria
a melhor homenagem que se poderia prestar ao grande Guido
Marlière, figura de extraordinária importância na história da Zona da
Mata Mineira, na primeira metade do século XIX. E considerando que a estrada
passa pelo “Monumento do Guido”, onde repousam seus restos mortais, a cidade de
Guidoval teria muito mais condições de incentivar o turismo
histórico.
Aproveito o ensejo
para agradecer as palavras generosas e o toque sempre poético do confrade Felipe
Uebhe. Que o Deus Verdadeiro e os demais "deuses", aqueles citados pelo poeta
coimbrense, voltem e iluminem as mentes dos nossos políticos e administradores e
que esse asfaltamento aconteça sem demora, com as bênçãos de Sant’Anna, São
Geraldo, São João Batista, São Januário e Santa Rita (do
Meia-Pataca).
Rodovia “Guido
Marlière” – muito mais que uma simples estrada, uma rodovia de integração
regional. Guidoval merece e a região agradece!!!
Saudações
Acadêmicas!
Clair
Rodrigues
“Não tenho escravos, cultivo uma Fazenda em
Guidowald, em que os índios me fazem grandes plantações anuais, pago-lhes o seu
salário e comemos juntos.” - Guido Thomaz
Marlière
(Jarnage – França – 03/Dezembro/1767)
“Retirando-se para sua Fazenda de Guidowald, no
atual município de Guidoval, antigo Sapé de Ubá, Marlière faleceu a 5 de junho
de 1836, ante a consternação geral e lágrimas dos selvagens.”
"Guido Thomaz
Marlière foi, máxime na história de Minas, um vulto de alto gabarito, uma
personalidade à parte, o civilizador de índios e plantador de
cidades."
(Em “O Segredo revelado de Guido Marlière” – Ary
Gonçalves)
Com cópia para os amigos:
Marum, Estevam, Felipe Uehbe, Léa das Graças,
Aparecida Simões, Jorge Cioti, Antônio José Barbosa, Gerson Occhi, Vadinho
Baião, Evandro Albuquerque, Elazir Carrara e Ildefonso Vieira.
Amigos,
Clair me lembrou uma emoção que
senti quando adolescente.
Era criança de uns cinco
anos quando construía-se o trecho da MG-120, que liga Coimbra a São
Geraldo.
Não me lembro de quando começou,
apenas de sua paralisação que perdurou por algumas décadas. Tenho a impressão
que a empreiteira faliu porque seus equipamentos ficaram estacionados, por
alguns anos, no adro da Matriz de São Sebastião. Eram pequenos caminhões
basculantes e uma escavadeira. Ressalte-se que ali permanecendo sem cercas de
proteção ou vigilância, não foram depredados. Nada foi subtraído.
Li que, há muitos anos um,
monomotor realizou um pouso forçado sobre uma ilhota do Pacífico, causando
enorme admiração dos habitantes que desconheciam a existência de aviões, etc.
Julgando visita de deuses, até hoje aguardam reverentemente seu
retorno.
Grosso modo, pode ser que a
população coimbrense reverenciasse aquelas máquinas e as protegessem como ícones
sagrados. Ademais, estavam à sombra da igreja, sob autorização do padre e, por
conseguinte, "sacralizados".
Coimbra aguardou durante
décadas o retorno dos "deuses" que ali pousaram suas máquinas progressistas. A
estrada encurtaria as distâncias penosas para São Geraldo que era acessado por
Monte Celeste através de longo e precário caminho. O trem era moroso em seu
serpentear pela serra e a modernidade já elegera o automóvel como solução para
suprir o imediatismo nascente.
Sem avisar, certo dia os "deuses"
retornaram, porém para retirar os caminhõeszinhos e aquela dentuça escavadeira.
Acompanhamos cabisbaixos aquele triste cortejo.
O trecho inacabado passou ser
chamado de "Rio-Bahia", denominando um bairro coimbrense na saída para São
Geraldo.
Quando adolescente, num assombro
de coragem, pedalava minha bicicleta por aqueles trechos que se afunilavam
como rabo de cobra, transformados em piquetes. Coragem porque era um mundo
desconhecido que se descortinava para uma imaginação muito fértil, aguçada por
casos de assombração.
O ponto em que a obra parou
abruptamente, permitia um vista deslumbrante do rendilhado da Serra de São
Geraldo. Parecia um belvedere e ali meus olhos juvenis espiavam do alto pequena
estrada amarelada, de chão, que passava lá embaixo. Não sabia de onde vinha, seu
destino e quando iríamos estabelecer contato. Sentia um assombro, julgando ser
algo tão distante e ameaçador por conta do desconhecido.
Quando o Cléber falou naquela
confluência para Ribeirão Vermelho, afloraram estas lembranças e impressões como
um caleidoscópio mágico. Senti saudade daqueles medos, extasiamentos e emoções
que tiravam o fôlego daquele adolescente curioso e sonhador.
A abordagem do Cléber foi
primorosa e marcada por conhecimentos técnicos de quem viveu e vivencia a saga
destas estradas que guardam muitas histórias e belezas recônditas. Os caminhos
do Guido, com muita justeza sugerido por nosso historiador para
nomeá-los.
Emociona-me a afinidade que nos
une (Clair, Cléber e eu) por termos em comum a mesma curiosidade aguçada e
deslumbramento pelos caminhos e serras azuladas que se estendem e se perdem no
belvedere de nossas retinas.
Obrigado ao Clair e Cléber pelas
ricas informações e me devolverem tantas lembranças.
Grande abraço.
Felipe
Prezado Clair,
O jornal "Voz de Rio Branco", não se
cansa e nem se cansará jamais de lutar pelo asfaltamento da BR-120, apelidada de
Rio-Bahia porque dá acesso à esta em Leopoldina.
Do pé da Serra de São Geraldo, no
lugar denominado Ribeirão Vermelho, ela desce pela Sementeira, fazenda
experimental da UFV em VRB (cruzamento com MG 447 p/ Guiricema,sendo que de
Guiricema para Mirai/Muriaé, quando fui deputado consegui abertura e
asfaltamento );
Na Sementeira ou Clemente de Cima, o
referido jornal, na passagem de ano (2011/2012), denunciou a queda de uma ponte
sobre o rio Clemente e mobilizou moradores, professores e pais de aluno da
escola e conseguiu a construção da ponte (tenho tudo documentado);
A estrada segue pelo Clemente de
Baixo ou Barra de Guiricema, lugar que tive o privilégio de conseguir uma ponte
sobre o rio Bagres, quase na confluência com o Xopotó, nos limites de VRB,
Guiricema e Guidoval;
As obras de artes desta rodovia que
faltavam (Clemente de Cima e Clemente de Baixo/Barra de Guiricema), estão
prontas!!!
Deste ponto em diante a BR-120,passa
por Guidoval, no bairro denominado Vila Trajano e segue margeando o Xopotó, já
mais caudaloso que recebe o ribeirão Ubá. Este trecho do rio tem belas
corredeiras e ilhotas: uma paisagem maravilhosa, pois há muito ubá nas margens e
mata nativa nos arredores. O lugar é denominado de Serra da Onça (montanha de
onde se vê de minha casa). Ultrapassando a serra, pela baixada que margeia o
Xopotó, chega-se ao município de D. Eusébia. O Xopotó que é o marco de limite
natural entre D. Eusébia e Astolfo Dutra, tem uma maravilhosa ponte metálica que
deveria ser tombada (é uma réplica em miniatura da famosa ponte de Cataguases).
Neste ponto o Xopotó deságua no Pomba e a "BR-120 Pobre", vai ao encontro de
outro trecho de sua prima rica, a BR-120, que segue pelos municípios de
Cataguases e Itamarati e Leopoldina, encontrando-se com a BR-116
(Rio-Bahia).
Conheço esta estrada como a palma da
mão. Na verdade é o meu grande sonho. Estou conversando com amigos meus, os
moradores das margens do pé da Serra de São Geraldo até o Pombal, em Guidoval
para mobilizar os demais para uma reunião de reivindicação.Na oportunidade
deverá comparecer deputado da base da Dilma (a estrada é federal).
Bem, Clair, sobre esta estrada tenho
muito o que dizer e não gostaria de no momento me estender em razão de estar na
hora de me preparar para sair para o trabalho.
Mas não posso deixar de dizer duas
coisas de suma importância:
1ª) Deve-se dar a esta Rodovia o
nome de "Guido Marlière";
.2ª) Faço um convite a você e aos
demais companheiros para um passeio pelo trecho citado.
Parabéns, Clair. por trazer
este assunto. Conte comigo!Até a vitória, sempre!
abraços,
Cléber.
Serra de Geraldo -
Guidoval - Dona Euzébia
Caros Confrades e
Amigos
Nas habituais visitas
que faço ao meu "cirurgião capilar" (cabeleireiro) de nome Mário, natural de São
Geraldo – outro fanático por ferrovia – os assuntos de nossas intermináveis
conversas quase sempre giram em torno do trem-de-ferro, da importante oficina
junto a estação e claro, a sua paixão, comum a nós outros, a majestosa Serra de
São Geraldo.
Mas o meu amigo
são-geraldense, por diversas vezes me falou de uma estrada vicinal, que,
partindo da Serra de São Geraldo vai ter a Guidoval, chegando ao município de
Dona Euzébia. Que se um dia fosse asfaltada, seria importante para Guidoval, mas
também para diversas cidades da região, uma vez que facilitaria o acesso de quem
vem de Cataguases para Visconde do Rio Branco, Guiricema, São Geraldo, Coimbra,
Viçosa, etc., o mesmo acontecendo no sentido inverso.
Há cerca de um ano e
pouco, passando pela serra a caminho de Viçosa na companhia de um primo, quando
estávamos nos aproximando daquele trecho que está sempre em obras, me disse ele,
apontando para a direita: "se você entrar por esta estrada vai direto a
Guidoval".
Muito bem. No último
domingo (13/10), conversando com um colega de rádio, guidovalense, falamos a
respeito da tal estrada e dos benefícios consequentes de sua pavimentação,
alargamento, melhoria no traçado, etc. Todo mundo ganharia. E me corrijam se
estiver enganado, até Ubá, porque para se fazer o mesmo trajeto por estrada
asfaltada, creio que tem que se passar por Ubá. Seria um percurso bem mais
econômico.
Chegando em casa,
cismei de fazer o tal trajeto utilizando o Google Maps.
(acompanhem pelas
fotos)
- A estrada
iniciando-se ao pé da serra;
- cruzando a
rodovia MG-447 (Visconde do Rio Branco – Guiricema); - aproximando-se de Guidoval, vendo-se o rio Xopotó;
- a chegada em Guidoval, passando pela cidade (uma rua atrás do campo de futebol do Cruzeiro);
- saindo de Guidoval e chegando a Dona Euzébia;
- passando pelo "Monumento do Guido"
- Dona Euzébia e o rio Pomba.
Mesmo do jeito que está, não deve estar muito ruim, porque é claramente visível e fácil de se acompanhar pelas imagens (Google Maps).
Meus amigos, não era hora de quem de direito tomar providências para o asfaltamento desta estrada?
Do pé da serra de
Geraldo a Dona Euzébia, passando pela hospitaleira e sempre esquecida pelos
políticos, cidade de Guidoval, antigo distrito ubaense de "Sant'Anna do Sapé".
Guidoval, que recentemente ficou ilhada por conta do sinistro trazido pelas
águas do Xopotó, com a derrubada da ponte de acesso ao centro da cidade e saída
para Ubá.
Penso que Guidoval e
região ganhariam muito com este grande melhoramento. Gostaria muito de saber o
que os meus caros confrades e amigos pensam a respeito. São bem vindos os sempre
abalizados comentários de quem conhece a região muito melhor do que este
sonhador, da mesma forma que as eventuais correções e
adicionamentos.
Saudações Acadêmicas
Clair
Rodrigues
Confrade Clair de Melo Rodrigues revelando-se, no mínimo, um historiador. Justifica-se, vê-se, o nosso orgulho de tê-lo nos Quadros de Membros da Academia Ubaense de Letras. Parabéns, professor, por essa e todas as outras lições!!
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